quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pormenores



E quando acordas todos os dias menina, percebes que cada dia é único? E que a cada dia tem que superar-se? Isso sim menina é viver cada dia como se fosse último, quem disse às falácias que viver cada dia como se fosse último era ser feliz todos os dias, porque não é !. É magoar-se... É ferir-se... Um eterno encontro de si consigo mesma para o resto de sua vida;



Essa voz era a que falava dentro daquele pobre coração que batia forte a cada instante, sentada no banco sentindo os raios de sol sobre seus longos cabelos pretos e encaracolados, a felicidade sutil palpitava sobre seu peito, pensando como podia oscilar entre a tristeza e um pequeno prazer que era sentir os primeiros raios de sol, isso a fazia sentir-se bem, por um momento... Mas do que é a vida se não de momentos, do que é a vida se não de escolhas a serem feitas e as tão ditas preocupações. Então resolveu levantar-se em passos lentos para que a magia não fosse quebrada, a magia de poder sentir-se, pois em seu dia tudo era uma constante correria e o momento para si mesma ficara escondido e reprimido, reprimido dentro de si. Na realidade a menina sabia que não lhe dava bem com pessoas, mas tudo que fazia exigia um contato excepcional com todos a sua volta. Sua vida oscilava entre a dualidade de seu valor para com as pessoas e da vontade de querer renega-las.



Todas as noites quando voltava da aula de Balé, vinha na companhia de seus ‘ colegas’ de dança, pois sim! Colegas, tudo naquela menina era além do que se via ela olhava o mundo não só com intensidade, mas com uma intensidade profunda de quem passa por uma porta e acha um alçapão cheio de objetos antigos com fotos de seus familiares, mas aquelas companhias de coleguismo lhe traziam por hora contentamento e acalento e em outra lhe traziam dor e vontade de reprimir-se, ficar escondida em si mesma e para argumentar tal atitude usava de desculpa, seus livros, sono e cansaço ( que realmente existia nela , ambos sempre, mas não o suficiente para faze-la renegar a companhia de alguém) , mas isso lhe fazia fugir... fugir para a solidão que tanto era apegada e gostava, a solidão do medo, do infinito, do desconhecido. Seus colegas Marcelli e Bernaldi, aceitavam tais atitudes com um sorriso forçado no rosto, queriam sua companhia mas não podiam te-lá, pois ela entregava-se apenas por metades ...



( continua ) [...]


Foto: Thais Alves

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